A CAMINHO
 
Esperando por ti, querida, em vão,
Pude perceber quão mais infeliz
É o coração quando quem eu quis
Não me caminha ao lado, mão a mão.
 
Andava acabrunhado desde então,
Às voltas com insólitos ardis,
E sequer me dei conta do que fiz...
De facto, absorto pela solidão,
 
Parti a andar ao léu na hora vazia.
Pensando se era amor o que sentia,
No afã de que estivesses a caminho.
 
Que seja! Embora a falta me provoque
Já eriçando o pelo ao menor toque,
Se empalidece a pele sem carinho...
 
Belo Horizonte – 06 02 2006
 

Belo Horizonte – 06 02 2006

Ricardo Cunha
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