Viseu, Terra Paterna

Minha terra de maravilhas, de pão,
de lenho e vinho, recortada no verde
granito, de gente esforçada de suor. 
Terra bendita, meu solar berço,
Meu serrano quinhão de amores.
 
Bela Sé de minha vontade cristã,
romana de raiz, elevada no gótico,
de claustros e azulejos teotonais.
Prisão imortal da moirama vencida,
ornamentados tesouros de cátedra,
Meu templo de amor divino e oração.
 
Viseu, terra de pastoris cenários,
de caçadas imemoriais em estátua,
a força da resistência de Viriato.
 Viseu do Rossio dos meus mil amores,
do parque copado em fechado coração
abrigando cultos e danças eternas.
 
Minha Viseu embotida de carvalhos
e buxo, de jardins dignos de alma,
 padrão de Deus ornado pelo homem.
Viseu, cava de trincheira entre rios,
fortaleza do ideal do guerreiro
caído pela traição de seus pares.
 
Viseu fortalecida de muralhas,
pelas suas gentes de torreão leal,
 e dos seus moledos lajados de trigo.
Viseu, minha terra paterna de sonho,
de minha adoptada e feliz infância,
onde, férreo querer, me fiz escudeiro.

 

Triste Poeta
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