Acho que descobri um jeito de me dar bem

com as poesias que vivem escondidas

ou com as que viajam de trem

em busca de poetas desaparecidos,

que andam sós, sem seus maridos,

os poemas de terno e colete,

que evitam tomam sorvete

para não manchar a roupa,

essas poesias loucas

que juntam vidro com casca de limão,

poesias que se enroscam em estrelas

ou rastejam pelo chão

dizendo que o mundo vai acabar

quando menos se esperar,

como bolha de sabão...

 

É só não exercer essa coisa de algemas e celas solitárias,

deixar que elas venham em sua anáguas,

que mostram como são, aparentemente,

que riem mostrando os dentes,

essas sim, violentas e puras,

não foram violadas por nossas zonas escuras,

essas sim sabem o que significa fazer amor,

o que significa morrer, voltar à vida,

tirar, saciar, repor...

 

 

 

 

 

Prieto Moreno
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