Amo as negras, as brancas, as eretas, as mancas,

amo as que tem cadeado, as que abrem a tranca,

amo as verossímeis, as que gostam de filmes de Hitchcock,

as que fazem chapinha, as que usam coque,

amo as doidas, as sãs, as mais ou menos,

as que não sabem que cogumelo tem veneno,

amo a falsas, as verdadeiras,

as que me roubam a carteira,

as que me dizem que amam de verdade,

as outras que só me darão depois da presença do padre,

amo as ruivas, as tingidas, as monstruosas,

as que gostam de gasolina, as que que são só pra dois dedos de prosa,

amo as casadas, as solteiras, as que ficarão viúvas,

todas que nadam no seco, as que tomam chuva,

aquelas que abrem a janela e deixam o bardo entrar,

as que só destrancam a porta depois da apólice chegar,

amo todas, sem tirar nem por,

amo todas,

a todas chamo de meu amor...

 

Prieto Moreno
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