NOSSA MORTE DE CADA DIA

Existe coisa mais bela do que a morte?

Essa dama e anfitriã desse banquete dos orgulhosos,

dos insensatos e hipócritas.

Ela vem ora travestida de brilhante e púrpura carmersim,

noutras,amarga e negra como noites sem estrelas e

sem luar.

A morte,essa diva que entôa o canto do final da vida

aos nossos ouvidos, e ao ouví-lo nos restaremos em vermes e depois em pó

em baixo da terra ferida de nossa arrogância.

Somos começo,meio e fim

e nossa prepotência também,pois nada dessa vida

fatigada e cansada vamos levar,

a não ser lembranças quase apagadas do tempo,

em datas de nascimento e morte no madeiro,

na acrópole cinzenta perfumada de insenso

e flores.

Charles Feitosa de Souza
© Todos os direitos reservados