Musgo nos pés,
sombras debaixo do braço;
acho que posso alcançar o céu,
basta que eu te dê um trato
com encanto e mel...
A música é da língua cheia de sal e pudores,
feita para que se sinta ardores,
ópera aberta para corações caçadores,
só os heróis morrem de amores,
caixão cheio de flores...
Frise bem: quero viver a instância máxima,
correr como caramujo sorridente e lento,
quero estar por fora em pura e ardorosa prática,
tudo que não sei cabe aqui dentro...
De que vale o sol fervendo se minh'alma é uma piscina,
de que vale nada ter sido criado depois de amanhã
se o que está sobre o pescoço busca a fina
película do irreal para comê-la como râ?
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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