Oh estrondo no infinito que afoga o meu navio,
Quero navegar em águas distantes léguas mil,
Mas sou apenas aspirante a escritor bravio,
Numa terra de outros cantos que ninguém viu...
Mas como posso sofrer o canto da sereia
Se esta me afoga num mar sem destino,
Melhor seria amar o meu coração na areia
Do que me infiltrar no reino marino...
Então vou buscar os sonhos que tive
Num momento precioso, mas sofro,
Pois é a sina de quem vive
Sofrer como sofreu o povo afro...
Libeta-me, oh musa, dá-me as asas
Para que eu voe para um conto de fadas...
Hugo Proença Simões
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