VIDA PRIVADA
Portas fechadas, trancadas,
um mistério sem olhos
para ver.

Fluidez positiva ali estar,
mas ali também estar
o maléfico que pode
estrondar num
lacrimejar.

Vida privada, vida recôndita
não tem como saber até
o estremecer.

Vidas difusas, vidas confusas,
amor pode ter, o desamor e
o entristecer num eterno
anoitecer.

Tantas angustias, o pranto
contido, reprimido, desiludido,
desmedido.

Amores incontidos, faz tudo
que quiser, fantasias, um
vale tudo, não tem
repreensão.

Vida privada, tudo pode?
Onde chega o limite?

Portas trancadas, cerradas,
dores latejantes, a hipocrisia
é repugnante.

Vida privada, paredes
são reclusões do ser
solitário, apenas
vivencia sua agonia.

Solidão, uma paz, um
desassossego, um
desespero na medida
de cada um.

Vida privada, o choro
chora e a vida se
desmorona.

José Marcos di Ayres
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