O que eu espero?
Que você emita uma luz potente,
não dessas de clarear dente,
que cesse o repertório do escuro,
que seja tão forte que derrube muros,
que faça a caça escapar do caçador
como quando a cura cessa o poder da dor,
que alguém grite, antes que seja tarde,
a palavra opressa, bela, "Liberdade..."
 
O que espero?
Uma vassoura que varra a loucura dos ditadores,
seja dos que governam com armas,
dos que governam com flores,
deixem livres os espíritos e seus carmas,
que deixem que a vida siga seu curso,
não dizimem homens, cães e ursos,
usem o sol que baila em si bemol,
pesquem apenas com o velho anzol,
tratem a água como elemento mais que vital,
que possa ela existir sem as manchas do óleo do mal,
que andem as crianças sobre a terra linda
e não pisando, sem que percebam, em minas,
que cheguem ao mar as pequenas tartarugas,
que vivam e sobrevivam com suas rugas,
espero que o dia nasça a todos, sem distinção,
que possa bater no compasso do infinito, cada coração,
seja possível o homem acordar de sua letargia e domar o juízo
que, a cada dia mais, lhe escapa pelos dedos de sua mão:
espero que a nova raça trace planos para o futuro
antes que nos alcance, novamente, a escuridão...
  

Prieto Moreno
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