Solitário, na savana íntima de minha alma - onde está a aurora?

O anoitecer pagão o qual estimula paixões e libera meu tigre,

Não cessa, mas então, fico vazio, até que o espírito emigre

Para o ermo onde as respostas mundanas, a verdade - mora...

 

Fico à sombra do jequitibá pairando, perdido na luz.

Corre à minha vista em cavalos correndo nos campos, corcéis

Livres como a vida deveria ser, como a tinta do mundo seria em pincéis

De artistas utópicos, de realidades místicas as quais nunca compus...

 

Esta noite infinita na qual me perco, conduz-me ao infértil ermo

Onde apenas as najas enroscam-se em mim como a dúvida dum enfermo

Obscurece completamente minha ânsia paradisíaca e visionária -

 

De um mundo no qual a liberdade e a dor não sejam sinônimos.

Em que a alma a gritar verdades, não seja vista com perfídia, teores anônimos

E que a tristeza, o cárcere da carne não cresça de forma extraordinária...