DISPLICÊNCIA

 

Rasguei o papel

tão sem querer

que nem vi

que lacerava

na memória

as cortinas do tempo

tocadas pela brisa

da manhã de outuno...

 

Rasguei o papel 

como quem rompe o passado...

displicentemente,

sem querer...

Juntei os pedaços sobre a mesa

mas as folhas perdidas

não se podem juntar...

Voam soltas ao vento,

perdem-se na distância

para nunca mais voltar...