Vida de Subsistência
Vidas semi- primitivas, morávamos em casa de pau-a-pique coberta por capim sapé, não tínhamos energia elétrica, possuíamos um rego d’água, esta que vinha de um córrego que passava próximo a casa, foi feito uma pequena represa onde possibilitou a água ser desviada até a casa que ficava em uma altitude maior, e neste rego foi colocado um monjolo que possibilitava o beneficiamento dos produtos que nós precisávamos, o beneficiamento do arroz cascando e polindo, do milho que era transformado em canjica, fubá, farinha de milho, a mandioca que se transformava em polvilho, farinha de mandioca lisa e de biju, e ainda tínhamos á água para suprir todas as necessidade da casa e dos animais.
Vivíamos em condições de sub-existência, onde nós produzíamos os nossos próprios produtos, criávamos porcos, galinhas e outras aves, vacas para a produção de carne e leite, da lavoura vinha o algodão que minha mãe fiava, tecia, fazia cobertas e tecidos para vestir toda família.
Com a criação de porcos tínhamos carne, insumos para hortaliça, adubo para o laranjal, os pés de limão, gordura para produção de alimentos na cozinha, ainda dos resíduos fazíamos sabão com a utilização de cinza do fogão, dispensava a soda cáustica em sua fabricação, as panelas sempre eram ariadas usando folhas de uma árvore do cerrado conhecida como lixeiras, cinza água e sabão.
Tínhamos um forno de pedra sabão, que era aquecido a lenha assava as quitandas com perfeita harmonização, a sua temperatura era duradora, que seria possível assar um leitão.
Éramos felizes dentro desta situação, possuíamos bons relacionamentos com a vizinhança, fazíamos visitas uns aos outros, eram os nossos meios de comunicação, sempre que fazia algo diferente das refeições corriqueiras, sempre dividia fazendo um intercâmbio de gentileza, ao matar um animal para consumo na propriedade sempre fazia um agrado aos vizinhos e os empregados.
Aos finais de semana sempre íamos ao cerrado que nesta época eram bastante fartos e lá colhíamos frutos silvestres , entre estes posso citar: corriola, murici, pitanga, gabiroba, articum, jatoba, maminha -cadela, veludo, guapeva, ananás, guapeva, castanha e polpa do baru etc.. Tínhamos um verdadeiro canteiro frutífero no cerrado goiano.
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