Ah, poeta, desenhista do lirismo,
observador das minúcias da alma,
detalhista de tudo que o cerca,
arquiteto de pormenores,
do que avista pelos arredores,
psicanalista que descreve a vida
e revela o além , a sobrevida
e nada ou ninguém o detém.
Quando morre, nunca morre de fato
e num impacto renasce na flor,
ressurge na alegria ou na dor,
rebrilha no brilho da estrela que se apaga,
conduz o frágil timoneiro em sua barca parca,
pincela de cores espaços escuros, amores falidos,
ocupando vazios e intervalos obscuros.
Reacende a esperança que embora morta
recomeça a verdejar por entre estrofes
onde versos são reversos
das decepções e hostilidades,
das injustiças e desigualdades,
humanizados docemente em poesia,
na magia de transformar espinho em fantasia
na busca incansável de amenizar a agonia.
O poeta é imortal.
Da alquimia, a pedra filosofal
conquistada pelo sonho que traduz
o mais recôndito interior de sua alma...
Não, o poeta não morre.
Segue a sua luz.
(Carmen Lúcia)
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