A LÓGICA E A JUSTIÇA DIVINA NAS ENCARNAÇÕES
Muito fala-se de vida após a morte, de reencarnações, de efeito de causa e efeito, de carmas, de céu e inferno, de nirvana, de vida após a morte, ou antes, sem nenhuma base lógica e tantas outras coisas mais relacionados à nossa vida, que de tanto falar aqui e ali, e de tantas contradições e até asneiras ditas pelas religiões, a maioria das pessoas já perdeu a busca por estas informações tão importantes para entendermos o que acontece durante o período terreno, as coisas mais importantes da vida, pois tudo virou um balaio de gato, onde volta e meia entra mais algum gato.
Para a psiquiatria tudo ainda se resume na infância, ou até a vivências no intrauterino para explicar tudo e eu não quero aqui entrar no questionamento de nada nesta área, pois sei que foram úteis em algum período da minha vida, pelo menos para saber que em algum momento, neste caminho não ia encontrar nada, e quando você não sabe o que não está batendo bem em você o melhor caminho é o da eliminação.
Este raciocínio é no mesmo caminho de um mecânico que vai consertar o teu carro e não sabe por onde começar, quem já teve um desses problemas fantasmas em um carro sabe do que estou dizendo.
Na psiquiatria ou psicologia dos anos setenta era a mesma coisa, ou pior, o cara te cobrava o olho da tua cara, para depois de um enorme silêncio simplesmente dizer; “Por hoje encerramos, até a próxima seção”, meu, era loucura aquilo, e a minha família não era rica.
Mas a vida continua, esta minha experiência ocorreu quando fui servir o exército e não aguentava mais aquele convívio e rotina estressante, quando o problema maior era a aglomeração de pessoas, hoje este distúrbio é chamado de Agorafobia, mas o exército, claro, não sabia o que era isso, muito menos os psiquiatras de então, mas só sei que a minha mãe acabou me tirando de lá, depois de muita luta.
Tive amigos que levaram eletrochoques, assim como sei que Paulo Coelho também, e por isso, apesar de não gostar de alguns livros dele, principalmente da mística que ele gosta de criar em torno de si, que é tudo baboseira, pois estas sociedades que se diziam ou se dizem ser secretas são apenas formadas em cima de egos, sem nada de espiritualidade, mas de alguns livros não posso dizer que não gostei e que até me identifiquei, como a busca frenética do O Alquimista, Onze minutos (no mundo da prostituição) e Veronika Decide Morrer, de pirados como eu fui.
A psiquiatria era tão avançada naquela época que fui para o hospital psiquiátrico do exército duas vezes, na primeira quiseram me devolver, e na segunda fiquei dois meses e dali sair sem ter falado nenhuma vez com nenhum psiquiatra.
Dois meses depois estava com um amigo, naqueles tempos de malucos e caretas, e acabei indo preso junto com ele que era chamado Marcos, que depois começamos a chamar de “marcão”, que na época era sinônimo de quem dava vacilo, pois deu uma bobeira de deixar dentro de uma caixa de fósforo uma bagana de maconha, que não dava nem para uma puxada, e fez de nós e mais um outro que estava junto, que era filho de um tenente, por coincidência, virar primeira página de jornal.
“PRESOS COM OS OLHOS ESBUGALHADOS DE TANTA MACONHA”, não tinham melhor assunto provavelmente, e eu que nem gostava daquilo, mas gostava dos amigos, fui “guardado” junto com eles.
Mas a psiquiatria evoluiu muito, eu não posso falar nada, pois muito me ajudou depois.
Esta história começou a ficar longa, mas o que posso dizer é que o psicólogo mais barato que a minha mãe tinha arranjado era um ex-padre, também professor da PUC do Paraná, e muito conhecido, pois era de família tradicional e muito rica de Curitiba, e tinha programas de psicologia e Filosofia em rádios, possivelmente da família.
Mas quando escutou eu dizer que iria parar com o tratamento, naquela altura era terapia de grupo, pois tinha encontrado uns livros (Mensagem do Graal “Na Luz da Verdade” de Abdruschin) que tinham me dado todas as respostas e que ia me aprofundar neles, ele não quis abrir mão deste maluco aqui, que incandescia a turma de tanto questionar e falar e até dispensava o pagto., mas não fui mais.
Para a história não ficar sem pé nem cabeça digo que frequentei novamente um psiquiatra, desta vez uma psiquiatra, quando já estava em um relacionamento estável há quase uns dez anos, e perto de me separar, e chorava feito um bebe de tanto sofrimento na alma, mas a única coisa que aquela psiquiatra sabia fazer era ficar dando umas cruzadas de perna, enquanto eu chorava feito um doido, mas não tão doido a ponto de não observar quais as intenções daquelas cruzadas.
Eu ainda estava muito longe para viver dentro dos ensinamentos de Abdruschin que eu considerava e considero inquestionáveis.
Separei-me e quando já estava morrendo de tanto sofrer de solidão e depois de separado, em um coquetel, encontrei uma amigo tomando guaraná, e ele era um baita de um bebum, perguntei por que, e ele me disse que estava tratando de Síndrome de Pânico e, ainda mais, o diretor dele que também era meu amigo, também estava indo lá no mesmo psiquiatra e quando passou alguns dias e eu apavorado, pois viria um feriadão de carnaval, e eu não sabia se ia aguentar tanto tempo sem falar com ninguém, fui lá e pedi o telefone do profissional.
Fui e o cara era caro, o mais caro de Curitiba, talvez entre os mais caros do Brasil, era de certa idade, tinha sido professor, tinha sido palestrante pelo mundo e já não dava entrevistas para revistas, vi uma vez quando a Veja o procurou.
O mundo continuava me assustando muito e as mulheres mais ainda, apesar da quantidade que eu ganhava, mas sem capacidade de criar vínculos afetivos, tinha fobia.
Um dia depois de um enorme acidente, que fechou o centro da cidade de Curitiba, pois eu tinha batido em um taxi e os taxistas fecharam aquela via importante da cidade, até que tivessem todas as garantias que o amigo deles receberia os enormes prejuízos causadas em um acidente tão insólito, mas que ninguém se machucou, felizmente, e que virou conversa e risadas de mais de mês na cidade.
Fizeram um exame em mim, tinha só uma luxação no ombro, e me liberaram, tinha um monte de gente atrás de mim, mas como eu dormi no banco do hospital, não tinha prontuário de entrada e ninguém sabia onde eu estava, eu nunca imaginei que tivesse tantos amigos na cidade e fui mais uma vez primeira página de jornal.
Passado este momento eu liguei para a minha irmã pedindo se ela poderia me emprestar um carro que eu iria para a praia com uma paquera que eu tinha brigado no início da noite do acidente, e onde alguns amigos iriam alguns dias depois para passarmos o ano novo.
Eu estava tremendamente sensível com tudo o tinha acontecido e sabia que haveriam muitas consequências graves, mas estava tranquilo lá naquela casa sozinho com aquela garota que era tão piradinha e lá, naquele isolamento, eu senti o sentimento que tinha sentido na adolescência e que sempre tinha corrido atrás sem nunca ter encontrado, e sabia da importância daquele momento para a minha vida, e consciente da libertação que eu estava tendo ali fui para um quarto escuro da casa e prostrado no chão agradeci aos prantos a Jesus, o Amor de Deus, pela libertação daquele engano, e esta oração eu sabia que era uma oração como deveriam ser todas as orações.
Alguns dias depois eu vi que aquilo que sempre procurei e sofri tanto buscando era apenas uma tola paixão, ridícula até, e que antes daquele final de ano já tinha passado.
Larguei o psiquiatra mais uma vez e só voltei num consultório de outro quando lendo um livro descobri que o que tanto me atormentava era bipolaridade, então estava começando um novo caminho, mas já tinham passado mais dez anos, já estava agora com cinquenta.
E assim vai a vida indo ao seu desfecho terreno, onde vamos encontrando no caminho as pedras que um dia colocamos em outras épocas, em outras vidas, e que agora vamos encontrando no caminho da volta.
Descobri nas minhas andanças que por conceitos religiosos errados que impus ferreamente a outros, em outros tempos, tinha pecado muito contra o amor, ao não permiti-lo ser natural em mim, e que por isso agora tinha tanta dificuldade de lidar com ele e com as mulheres inicialmente, e o medo social que oprimia a minha alma era por agora me sentir desprotegido sem o poder que tive naquela época e que usei para oprimir tantos.
Quem sofre de amor, um dia pecou muito contra ele, isto eu sabia, e esta é a moral da história e que a psiquiatria nunca iria descobrir, mas me ajudou muito, assim como os ensinamentos do mestre Abdruschin a chegar até aqui.
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