No desabrochar da flor há luz de pirilampos
Que incendeia a retina do transparente olhar
Da navegação fugitiva que busca encontrar
Os barcos revoltos que chispam tanto...
 
Não há escuridão na noite de quem ama,
As estrelas são a lua de um paradisíaco arrebol
Que talha cada centímetro do alvíssimo lençol
Onde vaga-lumes depositam essência que é chama...
 
Vez por outra um tenebroso mar se agita
A regar sensações idôneas que são urtiga
Que faz coçar secretos desejos assaz inauditos...
 
No clamor da tempestade as horas ficam grávidas
Fecundadas por volúpias que parecem fábulas
A parir sensuais epopeias de dons atrevidos!

Ivan de Oliveira Melo
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