O sopro da neblina...


Nesta fina neblina que cai dançando...
Umas lindas valsas, olho através da janela.
As flores que caem forrando o chão,
E pergunto: Pode haver lucidez na solidão?
Lá fora o frio, derrubando as flores,
Aqui dentro a solidão o martelo bate na bigorna. 
Cantam, dançam e dão o tom,
Doutrinando o poder da rejeição.
São leves, poucos sentem, ou admitem,
o agüentar, não passa ou diminui,
As palavras engasgam e não saem.
Outrora diante de tanta gente,
Hoje ninguém finalmente.
Quando acabar a fina neblina,
recolherei as flores pisadas do chão,
O sopro da vida tão sofrida,
agora findará sozinha na estrada.