Sergipanizar por Inteiro

Sergipanizar por Inteiro

Cheguei por Aracaju para conhecer o estado inteiro
Na bela ponte que atravessei
Em Barra dos Coqueiros entrei

Rezei em Santo Amaro das Brotas
Em Maruim também passei
Ouvi verdades e lorotas
Das vidas que junto andei

Sergipanizei de vez ao invés de vir para passear
Gostei do jeito de falar
Para aprender e me integrar


De General Maynard fui à praia em Pirambu
Das frutas que experimentei
Umbu foi a que mais gostei

Fui a Carmópolis do óleo que não cessa
Em Rosário do Catete também fiquei
Suor e tempo sem ter pressa
Do ouro negro ao artesanato que constatei

Sergipanizei de vez ao invés de vir para passar
Senti o jeito do olhar
Para poder ser gente do lugar


Corri pra ver a Carnalita em Capela
E na divisa que passei
Belas pedreiras em Japaratuba olhei

Rodei de Japoatã a Pacatuba
Em Ilha das Flores também passei
Do Brejo Grande avistei boa conduta
E no carnaval de Neópolis eu festejei

Sergipanizei  de vez ao invés de vir só pra rodar
Vivi cultura a me sagrar
Pra entender e me encantar


Mandei-me pra Santana do São Francisco
E no Velho Chico que nadei
Num pisco em Propriá cheguei

Subi em Telha para o Amparo de São Francisco
Em Itabi também fiquei
Em Canhoba e Aquidabã não soube do corisco
Agricultura em Nossa senhora de Lourdes também olhei

Sergipanizei de vez ao invés de ter pra me mostrar
Lavrei a terra de plantar
Pra colher sem rezingar


Visitei o Cedro de São João até chegar a Malhada dos Bois
A Oração de São Francisco eu me apeguei
Depois de Muribeca entrei no engenho para provar do Cumbe que gostei

De Graccho Cardoso eu conheci a Feira Nova
Em Nossa Senhora das Dores também rezei
A dança folclórica de Siriri renova
E em Santa Rosa de Lima com a Divina Pastora eu me aconselhei

Sergipanizei de vez ao invés de rir só pra agradar
Dancei em festa devagar
Pra viver feliz sem preocupar


Riachuelo apontou um Malhador eficiente
O reflexo em Areia Branca eu avistei
Suficientes cestos levei para os frutos das Laranjeiras que gostei

Da fé sincera e emocionante do povo bom
Nossa Senhora do Socorro me volvei
As Igrejas de São Cristóvão são da História a cor e o som
Para a Itaporanga D’Ajuda que precisei

Sergipanizei de vez ao invés de estar só pra rezar
Pedi licença pra levar
A fé sincera a me tocar


Da Estância de coqueiros e de gado
O mar Salgado de Indiaroba constatei
Mas antes em Boquim tinha estado pras frutas cítricas que comprei

Minha Santa Luzia do Itanhy aqui estou em Umbaúba
A realeza de Cristinápolis até onde eu sei
Na Quaresma não foi Tomar do Geru a tuba
Para o coreto não ficar sem rei

Sergipanizei de vez ao invés de sentir só em olhar
Provei sabores do lugar
Pra conhecer e deleitar


Conheci a indústria têxtil de Itabaianinha
De Arauá se caminha nos engenhos que falei
Nas ruas de Pedrinhas circulei

Descansei no Riachão do Dantas como um mero forasteiro
E sobre Tobias Barreto eu me informei
Ilustre poeta, filósofo e jurista brasileiro
Na Academia Brasileira de Letras esteve eu sei

Sergipanizei de vez ao invés de ler só pra falar
Eu li os livros do lugar
Pra de uma vez por todas me inteirar

Caminhei sozinho até mergulhar no Poço Verde
Por Simão Dias também passei
Era pra ser de Lagarto a agricultura que me fartei

No dia de São Domingos eu fui até o Campo do Brito
Em Itabaiana ouro também comprei
E atrás da Moita Bonita conforme descrito
Em Ribeirópolis eu cheguei

Sergipanizei de vez ao invés de ir só pra comprar
Olhei em cada canto do lugar
Pra poder ter pra me fartar


São Miguel do Aleixo é protetor
Com Nossa Senhora Aparecida eu me apeguei
Sem temor Frei Paulo fez a homilia que guardei

Entre as folhas da Macambira
Pedra Mole eu encontrei
O Pinhão que move ninguém tira
A Missa do Vaqueiro foi a que mais gostei

Sergipanizei de vez ao invés de vir pra relatar
Rezei em festa do lugar
Pra ser feliz e me agradar


Mãe Carira tem meus respeitos
Em Nossa Senhora da Glória em oração eu a saudei
Direitos à religiosidade e à pecuária eu aprovei

Brinquei em Gararu nas festas de São João
Em Porto da Folha o meu amor eu encontrei
Da linda moça que flechou meu coração
Em pouco tempo eu me casei

Sergipanizei de vez ao invés de vir só para olhar
Amei a moça do lugar
Pra ter
família e no amor estar

 
Subi ao Monte Alegre de Sergipe
No Poço Redondo eu me banhei
De jipe para Canindé de São Francisco onde Xingó eu visitei

Pelos encantos que a vida traz eu conheci o estado inteiro
Sergipe é o lugar que eu me encontrei
Da rica cultura e fé de um povo humano e amigueiro
A Sergipanidade em meu coração se fez

Sergipanizei de vez ao invés de ser pra disfarçar
Comprei um teto pra morar
Pra nunca mais ter que voltar

Singela homenagem aos municípios sergipanos que muito bem acolhem os que de fora vem para viver e trabalhar.
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Imagem em http://olhares.uol.com.br...
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Poesia e foto elaboradas em Aracaju-SE