Esbanjava alegria,
 
Tinha nos olhos uma ternura
 
Que lembrava uma xilogravura.
 
Trazia sempre um sorriso contagiante,
 
Amigo, constante
 
Naquela grande boca convidativa;
 
Aqueles traços, aquele rosto,
 
Colorida manhã de verão
 
Era um convite à vida.
 
 
Aquele rosto,
 
Colorida manhã de verão,
 
Desbotou rápido com o passar do tempo
 
Como se fosse tinta d’água
 
Em um velho mata-borrão.
 
 
Não era rosto,
 
Era uma ardilosa máscara de papelão...
 

 
 

Nair Damasceno
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