O Trem

Estamos no mesmo trem
Seguindo para um único destino
Mas a cada estação me sinto inseguro
Já não vejo em seus olhos o mesmo brilho

Tudo parece escuro
Tudo parece confuso
Nos perdemos um do outro
Por entre a maldade do mundo

Sabemos onde o trem vai parar
Não há o que termer
Podemos parar de mentir
E nos encarar

Ninguém quer se magoar
Não há necessidade
O pra sempre, sempre acaba
Já vimos isso acontecer

Já ferimos corações antes
Já nos magoamos o suficiente
Isso acontece o tempo todo
Este é o jogo

Mas onde guardaremos nossos segredos?
Todo o tempo perdido?
Certas coisas não tem preço
Só enxergamos o verdadeiro valor depois de certo tempo

E não há como retornar
Não há como perdoar
Quem decide descer
Não volta atrás

As portas estão se fechando
Meu coração está se partindo
As lágrimas já estão percorrendo seu caminho
Adeus... por enquanto

Eu vou voltar até a primeira estação
Sem grandes expectativas
Vou viver a vida
Vou tentar encarar uma nova paixão

E se um dia voltar a cruzar meu caminho
Não sentirei o mesmo
Talvez me recorde, mas não queira transparecer
Talvez te encare, mas vou fingir não te conhecer

Vou esquecer tudo o que se passou
Vou fechar os portões do meu coração
Sorrir lentamente
Sem olhar pra tras

Porque chega um momento que a melhor companhia é a solidão
Quando você se esgota com as decepções
Quando você deixa de acreditar nas palavras
Quando você deixa de dar credibilidade a cada boa intenção que cruza a sua estação...

Leandro Nascimento
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