Eu espremo a minha alma em busca de poesia, mas não cai nem uma gota.

Eu fico imaginando a superfície de Marte: Com cerca de ¼ do tamanho da Terra, possui imensos e áridos desertos cobertos de areia vermelha, com temperaturas abaixo de 60 graus negativos.  O gelo não se forma por que a atmosfera composta em sua grande maioria por dióxido de carbono (98% mais ou menos) é tão rarefeita que, possuindo apenas 1% da pressão atmosférica da terra, não permite a existência de água em estado líquido. 
Deserto, gelado e estéril, assim é a superfície.
Também a minha alma marciana, à semelhança do pequeno planeta, encontra-se destituída de qualquer sinal de vida.
E não só na superfície, mas camada após camada, até o seu profundo e deserto âmago. 
No desespero de não ter o que escrever, fico escrevendo bobagens que, longe de poesias, são ideias desconexas.
As vezes, não se tendo o que dizer, é mais aconselhável o silêncio...

BRUNO
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