A parede das declarações
Tem nossos nomes,
Lá encorajei-me e disse te amo,
Tu não ouviste minhas palavras
Mas elas ficaram gravadas em nossos corações.
 
Enquanto rabiscava seu nome na parede,
Em meu rosto as lágrimas rolavam em segredo,
O vento batia em meu peito  
E balançava as folhas dos coqueiros.
 
Nós brincávamos até alta noite no terreiro
E sempre que tinha uma brecha
Eu te roubava um beijo.
 
O vento bateu forte
E nos levou para longe,
Voltei solidário com a parede solitária
Que aos poucos se desfaz com o tempo, lento,
Revejo teu nome e espero vê-la voltar.
 
Ah! Que infância bendita, de ti sinto saudades!...
 

Na casa onde cresci, peredes de barro, um lugar propício para quem ta com a chama da adolescência, em pleno ardor, expressar seus sentimentos, lá é um mural de declarações e ainda hoje recebe mensagens das novas de das gerações.
Maria José sousa
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