Dizias . . . a expressão
na tua face calma
parece sempre ter um compromisso
de sereno aluvião
e teus olhos, que emanam
um convite castanho
faz-me vibrar a cerca de ti
Dizias . . . me recordo há alguns anos
daquelas ardentes loucuras,
acusando que teus versos eram monótonos
como um beijo a distância
e começavam a se tornar densos
a partir do primeiro abraço
Profundos quando vinha à noite
e os amávamos e nos amávamos
na passagem das madrugadas
És errante, também dizias, como errante fostes
e continuas sendo
Mas não te ias
Ficavas sempre
Sempre ias a ficar
Como sempre fica, dizias, um poema transcendental !
Aquele único, que não deu pra esquecer;
de todos que foram lidos ou declamados
E foi naquele dia
que não pensavas mais em voltar,
dizias . . . o dissestes !
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