DESVIEM DESSA DAMA

As esquinas  que  deixei   não  são  quaisquer  lugar

e os  becos  e  vielas   não  são  à  toa  o  que   de  lá

ficou,  que  não  se me dá,  de mais  um  pedaço  que  se   sombreou   em

sombra   nova   ou  um   desses,   mesmo   desprezo

que   fere   escuridões  para   eclipsar  mais,  ainda  muito  mais

Me   impede   como    um  muro   no  pensamento  lá

em  você   que me anula,  divide, subtrai,   reduz 

Deduz  com   lastro  fugaz   de  âncora    solta,  do  já perdido  nesse 

perdido  mar  em  não  amar,  num  nem  sequer  tentar

mudo,  esquálido,  apagado, enlutado   breve

Não  sei   já  o  que me dói ,  se  é apenas  tremura 

desse  espanto,   de   botão  que  secou  sem ser  flor

ou  da morte   prematura   do   teu  sonho.  De tudo 

transformado  em seiva   seca, que de  ranhura  em

ranhura   não  resistiu,  vai   implorando    em 

cinza  solta,  no hífen   do  lamento    já  viscoso

Que  de  avesso  em   avesso,  tenta  te  retalha  em postas

que em tuas costas,   faz  pesar  as  crostas  do  mundo

que  de  dentro   do   universo  te fere  com  estrelas

como  selvagens  vespas de astros

Fazei   força,  ó   supremo,  que  de todas  essas  vis  almas 

inimigas  de  quem  ama

eu   estou  a  precisar   que

 desviem   dela . . . por  favor 

 Dessa   dama

que   ama

só  . . .  do  que

apenas 

sou !!!!!!!!!!!

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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