A doce velhinha, me deixou ver em seus olhos

A beleza de uma infância multicor, guardada no mais fundo relicário

de sua memória...

No colorido céu da Toscana, o casrão amarelo desbotado

reluzia a alegria da criaçada, 

Cansado do tempo, do chão pisado por gerações a fio...

A levesa de uma infância cheirando à flores desabrochando na primavera,

O suave tilintar das panelas, que deixam escapar pelas janelas o cheirinho de uma cozinha farta

E cheia de amor, regida pelas mais belas mãos do planeta. A criançada? Aaaah, brincam despreocupadas com o porvir.

Ouço burburinhos, gargalhadas, gritos...Vejo pipas papando o vento, confundindo-se com os pássaros no escancarado céu azul.

Meninas pulam cordas. Meninos jogam bolas. Ambos pedalam em suas velhas bicicletas,rangendo de tanto uso.

O escancarado céu azul, uma Toscana colorida por um quadro inigualável, o belao casarão amarelo, continua desbotado...

Das janelas já não escapa mais o cheirinho daquela cozinha. Aquelas mãos...Aaah, que saudades das mais belas mãos

do planeta. A criançada? Criançada...

A doce velhinha cerrou vagarosmente seus lindos olhos, sorriu suavemente, suspirou e murmurou,

Saudades...

 

 

 

 

 

Raquel Brígido
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