sóbrio as loucas delicias

 A que passo pensas que posso caminhar?
Não vês que no meu caminho só encontro pedras?
meus pés jaz em bolhas...
e meu corpo escanzurado, escalpela ao suor da fadiga
Entre pedras e espinhos é meu caminhar.
com passos mais oblíquos, que serenos,
Entre beijos e jasmins, prados amenos,
Sem quebrar as belas flores
Se querem matar de sede os desfavores,
Faz-se à face dos debochados
Ficai sóbrios ao devaneio das locas delicias
Pois a taça debruçada à mesa, embriaga teu ser.
Tornando-o, cativo a saciar sua sede.
Sede, pois, a sede a saciar-se no doce licor de seus lábios.
Entoe seu canto aos que na certeza do que és,
possa compreender-te em zelo ao respeito
Doutra forma, na alvorada nada terão a lembrar
tão só, vagas recordações do que outrora fora
Um conto qualquer junto à mesa coberta com toalha xadrez
cheirando a vinho  
 
                                                 Pedro Peres
                                     
                                                     23-02-2004

Pedro Peres
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