O Estrangeiro maldoso

 
Ó bestial invasor, que em meu próprio lar se refugia,
Que me corrói a alma e perturba o sono,
Sejais breve, desapareça de meu convívio.
 
Vil criatura, estranho opressor,
Como devo me habituar com sua sombra soturna?
Seu brado colérico e raivoso ecoa em minha moradia,
Ecoa em minha mente e destrói meus pensamentos.
 
Ó estrangeiro, não só em minha terra,
Mas em minhas idéias e minhas crenças,
Adapte-se ou se mude.
Não tente transformar
O que aqui ficou ao longo dos anos.
 
Sempre fomos tão unidos, eu e eles, meus iguais,
Mas tu chegaste e plantaste a semente da discórdia entre nós.
Tal qual serpente que prepara o bote,
Tu arregaçaste as mangas e trataste de arruinar
A paz daquela que me é importante,
A quem eu quis sempre proteger.
 
Mas o que é teu está guardado, tenho por certeza.
Orgulho, grosserias e discussões,
A borracha da bondade pode apagar.
Mas quando tu amassas o papel
Ele nunca mais se livra das marcas.

Bianca Goulart
© Todos os direitos reservados