Abasteça-me de ti

Não é direito,

Viver assim deste jeito,

Vazia de ti,

Recusando me a partir,

Coração combalido,

Pés do chão perdido,

Sol opaco,

Vivendo sem teu abraço,

Preciso matar a sede dos beijos teus,

A fome dos desejos meus...

Abasteça-me de ti!

Estou aqui...

Será que és miragem ?

Que não és de verdade ?

Se esconde através da bambinela transparente,

Deixando me aqui de alma descontente,

Coração lhano,

Solto ao vento como um pano,

Sofrido de viver só,

Em meio a bugigangas e pó,

Sonhos diminuidos e gripados,

Coração congestionado,

Sozinha em meio a multidão,

A ouviir uma bela e triste canção,

Se ultrapassastes a bambinela,

Veria a felicidade que há atrás dela,

Abasteça-me...Abasteça-me de ti!

Estou ainda  aqui.

Luciene Arantes
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