O Homem de antigamente

Hoje sinto saudades do tempo

Do tempo que não vivi

De tudo que não alcancei

Do amor que eu nunca perdi.

 

Sinto saudades do sorriso

E declarações tenras e gentis

Do gesto doce e encantador

Daquele beijo que eu tanto quis.

 

Onde está a candidez do seu olhar

Perdido no tempo que não foi meu?

Que falta sinto daqueles olhos

Que em meus sonhos me enterneceu.

 

Onde estão suas mãos macias

Repletas de pejos ao me tocar

Que falta das palavras doces

Como se fossem canções de ninar.

 

E dentro de mim arduamente

Houve um momento de ilusão

Que me fez viver num tempo

Onde o romantismo era quase oração.

 

Mas hoje me encontro aqui

Tão sozinha de repente

Na ânsia eterna de encontrar

O homem de antigamente.

 

Ela Oliveira

Ela Oliveira
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