Em busca do farol do amor

Benedito C.G. Lima
 
Enquanto não me sopram
Os ventos favoráveis
O meu argo-coração navega
No arquipélago do futuro
E em cada cais deposito
Um pouco da minha solidão
E a falsidade das pessoas
Me fustiga a face negra
Mesmo assim, eu poeta
Vou embaralhando o azar
Na sôfrega busca do Coringa
E a Sereia cantarola
A sua canção maldita
E o mundo vai girando sem parar
Eu também não paro...
Preciso sempre caminhar
Andarilho nas vielas do coração
Argo-poeta sem bussula
À mercê dos ventos
Numa rota incerta
Ainda em busca do farol do mar!