O amor pira,
Rodopia em movimentos lentos,
Acelera, angustia, rodopia em volta dum ego malandro.
O amor, pira e rodopia, desenha rapidamente um futuro engenhoso,
Totalmente orgulhoso e confiante.
Pedante, contra-senso, ufano, perigoso.
O amor pira e como nos castiga,
Engole a seco a vaidade,
De repente, ao confrontar-se com a realidade, ulula...
Há, o amor, tão energético, me enclausura,
Prontifica-se a ser o fiador de toda a minha razão.
Ditoso, desvairado, descomedido, descarado.
Contumaz, contíguo ao augusto.
Por outro lado,
Bucólico, infausto.
Em seu ápice, pirador adorável.

Eu falo nesse poema da engenhosidade do amor, de quando ele nos ataca, de toda a reviravolta que ele causa, por mais que seja mágico senti-lo, ele muitas vezes deixa de respirar e nos afasta do presente, que é tudo o que importa, o presente.

Em Casa, no mês de março, dia 12, de 2005