Cala...

 
Cala...
 
 
É na voz que não sai quando precisa,
Na dor que não vai quando amargura,
Bate no fundo a saudade, como juíza,
Cala fundo e o coração não se segura.
 
Ele quase que pára de forma indecisa,
É um silêncio que traz certa negrura,
Que envolve fria e quase materializa,
Tão densa, forte, por demais obscura.
 
Oprime a vontade e muito inferniza,
Espeta e marca, e me leva á loucura,
E a voz se cala, se prende, magnetiza.
 
Um grito apenas seria liberdade pura,
Eu choraria, mas a lágrima cristaliza,
 E fere-me o rosto, pontiaguda e dura.

Tristeza e espectativa...

Em casa...