Saudade, saudade
Doce martírio
Martírio de amor!
Causa desequilíbrio
Acerba a dor
Nos rincões do sofrer;
Nas intempéries da vida,
Em meio ao tormento,
És o íris que por um momento
Procura consolar o viver.
És tu meiga saudade,
Companheira contumaz
De quem sofre de tal infelicidade.
Que te sofrendo, bem diz
Todas as dores do infeliz.
Pois a dor que provocas
Não é páreo para o mero aprendiz.
Mesmo os anjos os teus eflúvios não gozam,
Em tuas liras não glosam
Os santos martírios teus;
Somente ao homem foi concedido
Este sofrer exclusivo.
Dor mortal
Que atinge com furor
O que quis ter, mas perdeu
O seu grande amor!
marcos cesar santos de vasconcelos
© Todos os direitos reservados
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