DESEJO
 
Nem canções, nem o balançar das ondas, eu quero!
Embalem-me teus braços, fazendo de mim peregrino
a percorrer o continente proibido de nosso desejo.
Ouço, no pulsar de teu ventre, um chamado,
e, em cada gemido teu, um canto de ansiedade.
 
Em cada curva do teu corpo, uma descoberta...
Em tua fonte, cheia de luxúrias e oferendas,
irei beber o sal que me torna um Homem!
Minhas mãos, cautelosas aqui, audaciosas ali...
penetram intimidades, descobrem segredos...
 
Então, sentindo-se invadida, soluças, assustada,
mas, vencida, suplicas e ordenas: “Mais! Mais!”
Derrubando fronteiras, sem pudor, nos conhecemos,
e nosso êxtase põe fim à solidão da procura.
 
Como palmeira, que se deita, ondulante e submissa,
abre-se, oásis se fazendo. Amorosa, ardente de promessas,
me faz mergulhar e me planto neste oásis, semente renascida.
E, para tudo em redor, cegou estou: Tu és o meu Universo!
 
 
Onivaldo Paiva - [email protected]

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