VIVER AGORA
 
 
Viver agora!
O amanhã? Nem sei se existe!
Até lá estarei velho, esquecido...
E não posso, nem quero
enterrar assim o desejo, a alegria.
Amanhã o passado poderá querer me algemar
à armadilha do compromisso.
O ontem? Coisas de arqueólogo...
a desenterrar múmias doentias,
contaminadas de vícios, pecados e medo.
Viver agora!
O ontem? Cheira a mofo, coisas perdidas.
O ontem aniquila o hoje, o que poderia ter sido...
Viver agora!
O amanhã é imponderável, sugere rugas, desânimo, doença.
Viver agora!
Hoje o trovão me aquece,
amanhã me assustará.
Hoje a aventura me excita,
amanhã evitarei improvisos,
Quantos instantes belos
perdemos para o amanhã?
Viver agora!
Hoje me proponho viver criando um poema,
amanhã poderei criar a morte
que agora não existe.
Estarei contando histórias
que não terei vivido.
Agora não preciso da esperança!
Tenho a vida, é minha! A vida, de graça!
Posso viver. Viver agora!
 
Onivaldo Paiva - [email protected]

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