PERDOE-ME!

 
A nenhum instante foge de mim a imagem do seu semblante tão murcho,
Que nem de longe foi regado com gotas de carinho.
Eu, que tempos atrás presenciei o desabrochar da flor de sua face tão linda,
Hoje sou cúmplice da sua falta de viveza.
Talvez o meu egoísmo tenha ofuscado o seu sorriso;
Eu não soube perdoar os seus pequenos erros,
Erros que, para mim, sempre foram um imenso muro,
Um gigantesco obstáculo que nos separava.
 
Quantas e quantas vezes ignorei os seus lábios
Que imploravam dançar em ritmo aos meus.
 
Exagerei no direito que eu pensava ter.
Pensei que no início da maturidade pesaria sobre você os equívocos cometidos.
E pesou!
Só que nunca imaginei que tudo isso me abalaria tanto,
E o pior, fizesse-me se sentir com uma parcela de culpa.
 
Que Deus me perdoe se fui digno de ser chamado de cruel!
E a você, também peço desculpas.
 
Perdoe-me!
Torço para que volte a ser feliz.