Morte, pra que te vivo
O sangue pulsa nas veias
O coração bate lentamente
Vejo nas ruas as vidas alheias
Vejo minha vida arítmicamente
Há sete dias, meus dias são iguais
Sigo à espera do abraço forte
Me sinto estranha dentre os "normais"
E meu perfume cheira a morte
Quisera ser de cimento
Quisera ser um concreto
Talvez assim meu sentimento
não seria mero objeto
Porém, minha matéria é carne e osso
E meu sustento, a paixão
Por isso vivo em alvoroço
E meu findar é sempre ao chao
Meu desejo nesse instante
É esticada me deitar
E à terra fresca e ofegante
Minha matéria entregar
Porém, rebento de bruxa
Não vim a este mundo infame fraquejar
Apesar do meu estado de flor murcha
Levanto a cabeça e sigo a caminhar.
Morte, porque te vivo
E como quererias a morte
se não quisesses a vida!
e saberias de paz
sem revolta vivida?
Tu és pulsão-vida
teu coração não bate linearmente
bate assim o de um incauto
que desconhece o que sente
Sete são teus dias iguais?
7 é número sublime!
não te sejam os "normais"
cheiro que a ti reprime
Tu és puro sentimento
e sentimento não é objeto
apenas coração incrédulo
faz alicerce em cimento, concreto
Estás invólucro-matéria
e caminhas a paixão
galga pegadas profundas
até o amor te dar a mão!
Conhece-ti a ti mesma
estendendo corpo teu na mãe-terra
faz-te verão, outono, inverno
interminável primavera!
Bruxa mãe saberia de tua falta...frio
sem tua bela presença...calor?
Meu rebento amado,
beijo-te a fronte em sinal de meu respeito e meu amor!
... A quatro mãos, a dois corações! Feliz Sexta-feira 13 para todos os que veneramos o Amor e a Sabedoria! Rebento de Bruxa e Bruxa mãe...Sexta-feira 13 de julho de 2007 - 10:20h, Gyn
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