Então chegaste como que do nada,
Na noite delirante e mal dormida...
As vestes soltas, fronte coroada
De pétalas azuis, desconhecida...

Não sei de que horizonte, de que estrada
Ou trilha imensurável, proibida,
Vieste... Vagarosa, delicada,
Sozinha, fantasmática, perdida.

E assim partiste, tão subitamente…
A sombra vaga, frágil, transparente,
Levaste sobre o chão, aos pés de ti,

Deixando em meu recinto solitário,
O teu perfume quase imaginário…
De alguém que há muitos anos esqueci.

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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