Alça teus voos aos céus cor de chumbo,cinzentos e

mesclados com cores de sangue ao entardecer,quando o sol

solitário se despede da terra,e o manto da noite gelada e silenciosa

cobre nossas agonias e solidões profundas.

Quando desceres no teu voo razante,com tuas asas negras feito

adagas afiadas e cortantes,gasga essa noite maldita de um silâncio

pertubador,que cobrindo a terra como um véu negro de viúvas,deita sobre

a necrópole cinzenta morada eterna dos mortos,e velarás como um sentinela dos malditos

o sono dos mortos-vivos.

Entoe teu canto triste,quase um murmúrio fúnebre que se dissipa

meio a friagem  e a névoa densa que vagarosamente visita esse cemitério 

no meio da nada;do nada da importância dos vivos,porque lá fora a cidade continua

viva correndo pra lugar nenhum.

Pouse suavemente como os sóis pousam ao entardecer,as

colinas distântes da terra,a cabeceira dos sepúlcros,e nas lápides de

datas e e nomes antigos que não conheci...descansa

nessa noite quase sem fim.

Corvo negro

Corvo negro

Corvo negro...mais uma noite frienta,suja,passeio sobre a

terra dos sepultados,buscando migalhas,e vermes nojentos pra me alimentar

E solitário vou me ocultar nessa noite sombria,onde de quando em quando,a lua no céu

aparece pra mim revelar...tal qual um olho descarnado a obeservar a

terra dos infelizes,ela me olha misturado as agrúrias e as

chagas dessa terra desgraçada.

Charles Feitosa de Souza
© Todos os direitos reservados