Noite dos desgraçados

Profetas do apocalipse urbano.

Assim serão aqueles que anunciarão pelas

sarjetas da cidade maldita,o fim dos tempos das mentes emboloradas

da perversidade humana.

Há tudo de podre,de nojento nas escrituras desses escribas dos infernos.

Há cores de sangue nos olhos dos pastores que tosquearam até os ossos a fé

de suas pobres ovelhas,e depois as lançaram ao abismo da perdição.porque o importante

lhes tiraram...a humanidade.

há cheiro de enxofre nos hálitos fétidos de padres e pastores,as dos

evangélicos são como os sepúcros abertos,porque só proferem eles desgraça,e

só há tragédias em seus discursos elouquentes.

Para meter medo no rebanho,ensdeusaram essas religiões a imagem do diabo,e

se esqueceram de Deus.

E Deus também se esqueceu dessa terra maldita,de gerações malditas que o transformaram

em produto de consumo,e promessas de prosperidade,esqueceu essa terra

arrasada e amaldiçoada pela hipocrisia do homem,que a transformou em

um grande sepulcro,embebecida de sangue, porque só há nela vermes rastejantes por

entres olhos esbugalhados e bocas abertas ao céus  dos defuntos podres espalhados à beira das estradas sombrias.

Noite dos desgraçados,há choro de lamentos nos velórios de suas casas,há

rangeres de dentes ainda no sétimo dia da tua dor...batem,batem no peito

ô desoladas viúvas,porque tua ferida ainda está aberta, e tua uma alma ainda vagueia sem rumo.

O sol não existe na noite dos desgraçados,é cinza pela manhã,e ao entardecer,é negro

como uma noite sem estrelas no céu.

Noite dos desgraçados...do alto do abismo,meus olhos profundos e escuros

de olhar da morte,vagueia o vazio escuro imensurável do vale

dos espíritos imundos e esquecidos a própria sorte,venho batendo asas e pousando suavemente, desço pelo tapete

de cadáveres abaixo dos meus pés para cumprir  minha

eterna sina...a do anjo da morte que virá para o dia da colheita

final.

 

 

Charles Feitosa de Souza
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