Ouço e armazeno

falas de flores

ruidos de feno

ronco de elefante...

 

Estou diante da vida:

se não for assim,

como escutarei a adaga na ferida,

o corpo sobre o corpo gerando vida,

a fome da abelha no seio do pólen,

a voraz água do riacho lambendo a pedra,

lá em baixo,

como poderei ouvir as estrelas

se não me conectar

ao campo serial

e não vê-las

como imensas e brilhantes sereias?

 

Rumo ao que não sei

só posso abrir o livro do que serei

sendo o que fui

e o que nunca saberei....

Prieto Moreno
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