Desconfio daquele que se enfia dentro dos dicionários
e fala da vida de fora para dentro,
como fosse ele um tiranossauro
já engolido pelo tempo,
a por e a tirar escamas dos sentidos,
a elaborar aforismos e máximas e sentenças
como se o Deus da criação lhe mostrasse o umbigo,
o levasse até os confins do espaço, para a sua tenda...
Confio nos que não tem juizo nem para dar ou vender,
vivem às expensas do acaso, gratos pela telúrica concisão;
esse, sim, não estão dentro da métrica, nem vão se arrepender
quando baixarem aos túmulos e na lápide escreveram: aqui jaz um coração...
Prieto Moreno
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