"Aquele que eu tomar pela mão, ninguém arrebatará"

“Aquele que eu tomar pela mão, ninguém arrebatará”
Acabei de ouvir sobre sua saída de cena... Emocionada ainda, sentei-me diante da tela, para te prestar minhas últimas homenagens.
Era através dessa tela que eu te via nos últimos dias, mesmo com nome diferente, você sempre foi o meu pequeno Hady. O mais generoso dos meninos, que pensava grande, que falava nomes de grifes,  assistia a shows de artistas famosos e andava de patins.
Eu não pude consolar sua irmã, ela está longe... Mas mandei-lhe um de seus amigos de infância, que com você disputava as roupas de “marca”.
Ah! Se quando vocês eram meninos, eu tivesse posses... Daria a vocês todas as roupas de c
“marca” que eu pudesse, só para ficar de longe, rindo da felicidade de vocês.
Fecho os olhos e escuto o Willians gritando pela janela, com uma camisa na mão:
- Hady, vem ver o que minha mãe me comprou... É da K&K!!!!!!
Nunca desisti de você!  O meu pensamento era de que Deus te guardava. Ele é Soberano e misericordioso. É exatamente isso que muitos não entendem. Interpretam a Bíblia ao pé da letra, mas não conhecem  a graça de Deus. “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.” “Aquele que eu tomar pela mão, ninguém arrebatará”. Nem o pecado, nem a cultura, nem a orientação sexual, nem coisa alguma; Ele é maior do que o preconceito, porque ele olha para dentro de nós. O resto não é nada! Apenas indumentárias.
Você foi muito amado por todos que te conheceram. Fico feliz por ter sido sua amiga, por compartilhar com você os poemas que me brotaram da alma, como essas linhas que te escrevo agora.
Muitos podem questionar a razão dessa carta, se você não mais existe. Mas é porque não entendem nada sobre o tempo. Para Deus não há tempo, não há cronômetro... E você, ainda brinca de patins com as roupas de “marca de sua infância.

 
Selma Nardacci   -   25/07/2009.

Selma Nardacci dos Reis
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