Deixo para trás...

Deixo para trás...
 
Costumo deixar para trás o que não vale a pena, sem pena!
O apartamento da Pavuna, contrato de gaveta, que só me trouxe problemas;
A casa de Vicente, que custou uma fortuna; os amores, que por certo, não dariam em nada!
 
Costumo deixar para trás o que não vale a pena, sem pena!
Partilha de bens, disputas no trabalho, religião de museu, concorrência acirrada,
Falsa amizade, deslealdade.
Gente complicada que não acrescenta nada, deixo para trás...
 
Costumo deixar para trás o que não vale a pena, sem pena!
Costura mal feita, troco errado, atendimento precário, colar arrebentado,
Batom quebrado, sapato estragado, vizinho encrencado, mau humorado, deixo para trás.
 
Deixo para trás e me detenho no que vale a pena, sem pena!
Amor verdadeiro, saudade das coisas boas, lembranças da infância,
Músicas cantadas à beira do tanque, discos de vinil, que os vizinhos escutavam às alturas.
Abraços do meu amigo de “facção” - David Marques -  que como eu, ama Nelson Gonçalves e Benito de Paula.
 
Deixo para trás e me detenho no que vale a pena, sem pena!
Aconchego do lar, convívio com o Sampaio, espiritualidade, boas amizades, noites bem dormidas, comidinha de Nilcia, gargalhadas de Nenel e travessuras de Beto.
Eu me detenho no que é essencial
Eu me detenho no que vale a pena, sem pena!
 

 
Selma Nardacci  -_ Março de 2011
 

Selma Nardacci dos Reis
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