Na décima terceira "star"

estaciono meu volante tímido

enrolado na palma da mão

um pássaro antinoturno

sussurra:

- Canta!

 

Esta pilhéria não vou perdoar

meu sopro é cansado

meu chapéu

monta na asa do querubim

vi demônios dormindo nas nuvens

Arrá!

São Paulo está esperando esta garoa

e o Rio, este sol

 

Ah anjinha dourada

um dia vou "bailar nas tuas curvas"

com meu volante atrevido

e se ficar sem beijar-te

bambina

meu volante se chocará

com a janela de um arranha-céu

meus cacos se partirão

borrados de "sangue de vidro"

Geovani Bohi Goulart
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