Num encontro estranho,
lá pras bandas do sonho,
vi a sombra de Peter Pan.
 
Ela estava a esmo,
perdida mesmo,
julgava-se um fantasma.
 
Alfaiate da fantasia,
costurei aquela sombra na minha
e voei para a era do nunca.
 
nunca hei de retornar.
 
Serei um menino perdido,
brincando comigo,
no jogo de me achar.
 
 
 
Nesse encontro estranho,
nessa terra de sonho,
vi muita sombra vagar.
 
Espectros medonhos,
sem rumo, sem rota,
sem porta, sem chão.
 
Possuidor de duas sombras,
voei para a era do nunca.
 
Nunca hei de retornar.
 
Serei um menino que mimo,
a mim menino mimado,
no colo do meu achar.
 
 

CARLOS FREITAS DE SENA
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