Esta fotografia
não concede alforria
à saudade.
 
Cárcere de lembranças,
repousa no ontem
habitat.
 
Guardiã de infâncias,
vive de papel
e passado.
 
Observo o instante
capturado...
 
Sinto um cheiro triste,
da lenha que queima
e inexiste.
 
 
Lembro do gosto da fruta
que o nome perdeu-se
na gruta do longe.
 
Vejo um rosto que era meu
e dissolveu.
 
 

CARLOS FREITAS DE SENA
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