Me digam, que silêncio é esse no meu olhar?E que cor

cinza e avermelhada são essas nos meus olhos?Nada falo,

mas sussuro em noites tenebrosas; e passeando nessas noites tenebrosas,

busco nos convales de minha inquieta, pensamentos perdidos e embaraçosos de revolta.

Há um fogo que me devora por dentro,me consome a alma,o coração e meus sentimentos,meu coração já foi

consumido e minha capacidade de amar e perdoar virou cinzas.

Não sou humano,e nem quero ser agora,

há nesse momento um monstro adormecido  em mim,criado pelas

circunstâncias da vida,me devorou a capacidade de amar que existia em mim.

Não choro,não amo,não perdôo,

como uma árvore seca,como um leito de rio ao pó,

sou assim...monstro.

Eu monstro vou seguindo solitariamente meu o caminho,

sem olhar para trás,desapareço na névoa cinzenta sob o

olhar da lua no firmamento,que tal qual um olho descanado nesse céu cor de chumbo,   observa

sem compaixão a terra dos malditos.

Charles Feitosa de Souza
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