POEMAS DE AMOR SEM AMOR VII


VII


 
Vejo impávida figura, descortinando minhas manhãs, eu me entrego inteiro e a ti 


confesso: Sou pequeno,embatuco, eu me ralo, me desnudo, emburreço, pois, é 


deveras por ti o meu apreço.


Vejo impávida figura, que me afagas em meu leito, a tarde passa tão rápida que 


nem vejo, eu me derramo,sei e grito: Sou pequeno, embatuco, eu me ralo, me 


desnudo, emburreço, pois, é deveras por ti o meu apreço.


Vejo impávida figura, alumiando minhas noites, nas madrugadas até rio, tomo 


vinho, e embebido eu cochicho: Sou pequeno, embatuco, eu me ralo, me 


desnudo, emburreço, pois, é deveras por ti o meu apreço.


Vejo impávida figura, apenas no pensando, tudo acima, foi devaneio, chuva de 


verão que não veio, mas sonho: Sou pequeno, embatuco, eu me ralo, me 


desnudo, emburreço, pois, é deveras por ti o meu apreço.

Ivan Lyran
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