POEMAS DE AMOR SEM AMOR X

X 
A lâmina barbeia e corta o rosto aflito.
 
A toalha branca limpa o sangue no rosto escorrido. 
  
O pentear é lento, lento, lento e sofrido. 
  
Poses e mais poses frente ao espelho, vejo um homem oprimido.
  
As vestes que eu gosto, não me cabem, as que desgosto, me servem (de abrigo).
  
O perfume emana pela casa inteira comigo. 
  
Os pratos estão por sobre mesa e as velas estão acesas, (há flores por sobre o granito).
  
Ao olhar o piano antigo, me dou conta de estar sozinho.
  
Jantamos eu e eu mesmo, está escrito, é minha sina, é meu destino. 
 
 
 

Ivan Lyran
© Todos os direitos reservados