Mais um caminho (soneto)


Da minha vida sou autor
Desenho meus traços sem compasso
Não escondo os meus medos, convivo com a dor
Mas eu tenho segredos, não faço descaso
 
Se tropeço nos erros, eu fico descalço
Com os pés no chão, aventurando conforto
Desprotegido no tempo, destino escasso
Sigo na contramão, como um bêbado louco
 
Chorando aos prantos, pedindo consolo
Arrependimento inútil de criança infeliz
Como o tempo morto, do passado indisposto
 
Descansando os ânimos na sexta, no sábado
Uma noitada é válida para um pretérito feliz
Um boêmio sábio, um poeta safo.

 

Ruan Matos
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